Lançamento do livro Histórias e Políticas em Contextos Africanos

O coordenador do Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, o antropólogo Silas Fiorotti, é um dos organizadores do livro Histórias e Políticas em Contextos Africanos (Rio de Janeiro: Editora Autografia / Faperj, 2023, 354p.), e também é autor de dois capítulos deste livro.

  • Conteúdo do livro Histórias e Políticas em Contextos Africanos (organizado por Silas Fiorotti, Noemi Alfieri, Oliveira Adão Miguel, e Washington Nascimento):

    (1) “Histórias e Políticas em Contextos Africanos: Algumas Considerações”, por Silas Fiorotti, Noemi Alfieri, Oliveira Adão Miguel, e Washington Nascimento (pp. 9-24)

    (2) “O Sistema Investigativo e Corregedor do Bispado de Congo e Angola no Final do Episcopado de Dom Frei Manuel Baptista (1619-1621)”, por Alec Ichiro Ito (pp. 25-48)

    (3) “Casamance em Lutas: Identidades e Resistências à Colonização”, por Mariana Bracks Fonseca, e Ibrahima Djitté (pp. 49-68)

    (4) “Imagens de Rosinha e o ‘Outro Colonial’ em Fotografias”, por Marcus Vinicius de Oliveira (pp. 69-91)

    (5) “O Lento Caminhar Ritual da Colonização Portuguesa ao Sul de Angola”, por Ronald Lopes de Oliveira (pp. 93-139)

    (6) “Os Trabalhadores Urbanos de Moçâmedes: Notas de Uma Pesquisa em Construção (Sul de Angola, 1875-1926)”, por Camila Dias da Costa (pp. 141-172)

    (7) “A Trajetória de Maria do Céu do Carmo Reis no Processo de Independência de Angola (1960-1974)”, por Leila Marques Elias, e Luiz Augusto Pinheiro Leal (pp. 173-200)

    (8) “Em Corpo Fechado Não Entra Tiro Nem Outros Engenhos Bélicos: Relatos de Ex-Militares e Afins Sobre o Ritual de Fechamento na Guerra Civil Angolana”, por António Ndelesse Epifânio (pp. 201-230)

    (9) “Trajetórias Africanas que Desafiam as Narrativas Oficiais: Considerações Sobre a História Recente de Moçambique”, por Silas Fiorotti (pp. 231-250)

    (10) “Reflexões Sobre o Processo de Reconciliação em Moçambique”, por Roberta Holanda Maschietto, Natália Bueno, e Samantha Stringer (pp. 251-287)

    (11) “Os Privilégios e a Subversão dos Direitos Humanos em Moçambique”, por Josué Bila (pp. 289-320)

    (12) “O Cuidado das Relações: Casamentos e Danças com Madjine na Ilha de Moçambique”, por Helena Santos Assunção (pp. 321-344)

O livro Histórias e Políticas em Contextos Africanos será lançado, no dia 19 de dezembro às 18 horas, na Casa Porto (Largo São Francisco da Prainha, 4, Saúde), Rio de Janeiro.


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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa e do racismo. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Junho de 2013: as jornadas da juventude periférica

por Silas Fiorotti *

Junho de 2013: jovens periféricos tomaram as ruas de diversas capitais brasileiras. Foram jornadas de caráter autônomo, apartidário, horizontalizado e libertário que reivindicavam principalmente a ampliação da democracia, a ampliação da participação política direta, a ampliação dos direitos, e a distribuição efetiva da riqueza.

Há muitos motivos para exaltar e buscar inspiração naquele junho de dez anos atrás. Por mais que se diga que o Movimento Passe Livre, o principal protagonista das jornadas de junho, era pouco expressivo e tinha uma pauta restrita à redução da tarifa do transporte público, este movimento foi responsável pela politização de muitos jovens periféricos e pela ampliação do debate a respeito do acesso às zonas centrais das capitais e aos serviços públicos.

A repressão contra a juventude periférica foi extremamente violenta, e juntamente com a repressão veio à tona as diversas tentativas de desqualificação e de criminalização dos jovens manifestantes: eles foram considerados vândalos e, posteriormente, terroristas. A professora Camila Jourdan narra, no livro 2013: memórias e resistências (Hedra, 2020), algumas experiências traumáticas de jovens libertários que foram perseguidos e presos pelas forças policiais. É preciso lembrar que as forças policiais brasileiras atuam cotidianamente com violência contra a população pobre. Ou seja, as jornadas foram duramente reprimidas porque os manifestantes eram, sim, majoritariamente pobres e periféricos.

A participação dos militantes dos partidos de esquerda nas jornadas não foi sempre tranquila, porque em diversos momentos eles quiseram comandar as manifestações e poupar os governantes petistas das críticas. Houve episódios em que militantes petistas aplaudiram policiais que estavam agredindo jovens manifestantes autônomos.

O fato é que a esquerda institucional alimenta intencionalmente as incompreensões e os ressentimentos a respeito das jornadas de junho. Nas narrativas da esquerda institucional as jornadas foram responsáveis pela promoção da antipolítica, da extrema direita e do fascismo no Brasil, e, dessa forma, criaram o ambiente propício para o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em maio de 2016, e para a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições, em outubro de 2018. Os jovens periféricos de 2013 são tomados como aqueles que desprezaram os ganhos sociais proporcionados pelos governos petistas. Será mesmo?

Por que ainda persistem tantas narrativas divergentes a respeito das jornadas de junho? Será mesmo que as jornadas promoveram a antipolítica, a extrema direita e o fascismo? Será mesmo que os jovens periféricos desprezaram os ganhos sociais proporcionados pelos governos petistas? Qual é o legado das jornadas de junho?

A mera desqualificação dos jovens periféricos de 2013 não deixa de ser uma forma da esquerda institucional e dos governos petistas se desresponsabilizarem por diversos acontecimentos ocorridos no país. Por que não avaliar todo o contexto de forma mais ampla? Por que não levar em consideração outras narrativas e outras problematizações? Outras narrativas foram e estão sendo apresentadas por pesquisadores como Ruy Braga, Camila Jourdan, Fhoutine Marie Souto, Henrique Parra, entre outros e outras. É preciso, sim, questionar as narrativas da esquerda institucional a respeito das jornadas de junho:

“Num olhar mais apressado, seria possível dizer que o que vem sendo repetido à exaustão nos últimos anos, sobretudo após a queda de Dilma Rousseff: formou-se um vácuo de poder que foi ocupado pela extrema-direita, o que culminaria na eleição de Bolsonaro. Mas isso requer uma visão bem simplista dos processos históricos, que supõe uma linearidade e uma relação de causalidade que não se sustenta.” (Fhoutine Marie Souto, 13 jun. 2023)

As jornadas de junho estavam colocando em evidência o conflito de classes que vinha sendo abafado, desde 2003, pelos governos petistas com medidas paliativas. Apesar do crescimento econômico, dos programas sociais e da redução da pobreza, os governos petistas mantinham-se fiéis à cartilha neoliberal. Ou seja, não houve nenhuma distribuição efetiva da riqueza, nem ampliação significativa da renda dos trabalhadores ou redução da desigualdade social. Diante dos protestos da juventude periférica, mais uma vez o petismo optou pela cooptação e pelo silenciamento da esquerda crítica, deu seu aval à repressão violenta e à criminalização dos jovens manifestantes, e buscou a retomada da malfadada conciliação de classes com as elites políticas e econômicas.

“No fim das contas, a extrema direita não foi uma consequência direta de junho de 2013, mas resultado da repressão e posteriormente do processo de cooptação e amansamento da esquerda pelo PT – ou seja, da criminalização da luta social, da tomada das ruas. Assim, conclui-se que a ascensão da extrema direita tem relação com o que se passou há uma década, mas não foi obra dos protestos, tendo resultado da forma pela qual eles foram enfrentados, tirando a esquerda das ruas.” (Raphael Tsavkko-Garcia, 16 jun. 2023)

As jornadas de junho deixaram o legado do fortalecimento de diversos movimentos (estudantes secundaristas, movimentos por moradia, mulheres, negros, lgbt, trabalhadores precarizados, etc.) e de diversas formas de ação política direta e horizontalizada. A lição deixada para a esquerda brasileira é a de que a sua sobrevivência na política não se dá somente pela via institucional e partidária, pela via eleitoral, pela política representativa, e pela conciliação com as elites.

* Silas Fiorotti é antropólogo e coordena o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.
** Créditos da imagem: título “Repression” e autoria do perfil dfactory (CC BY 2.0).

Referências:
Fiorotti, S. “Por que desqualificar as manifestações contra Bolsonaro?” A Pátria, Funchal, 09 jun. 2020.
Jourdan, C. 2013: memórias e resistências. São Paulo: Hedra, 2020.
Oliveira, F. Brasil: uma biografia não autorizada. São Paulo: Boitempo, 2018.
Souto, F.M. “Em defesa das jornadas de junho.” Interesse Nacional, São Paulo, 13 jun. 2023.
Tsavkko-Garcia, R. “Esquerda deixou vácuo que foi ocupado por reacionários após junho de 2013.” Jota, São Paulo, 16 jun. 2023.

Campanha Contra a Intolerância Religiosa (2023)

Diga #nãoàintolerânciareligiosa! Campanha Contra a Intolerância Religiosa (2023).

Por conta do Dia Nacional de Combate à Intolerância (21 de janeiro), compartilhe nas redes sociais mensagens contra a intolerância religiosa e a favor do respeito e da convivência pacífica entre religiosos e arreligiosos.

Promova e participe de algum ato de combate à intolerância religiosa na sua cidade.

Utilize a hashtag #nãoàintolerânciareligiosa e deixe sua foto e seu recado nas redes sociais, por uma cultura de respeito, convivência pacífica e livre da intolerância religiosa. Você pode acessar os cartazes da nossa campanha através deste link.

Você também pode promover a Volta às Aulas Sem Intolerância Religiosa na sua escola, incentivando seus colegas professores e estudantes a participarem da Campanha Contra a Intolerância Religiosa.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa e do racismo. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Que o ano de 2023 seja cheio de espiritualidade contra toda injustiça!

Nós do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária desejamos que o ano de 2023 seja cheio de espiritualidade contra toda injustiça!

Não deixe de organizar ou participar de alguma atividade contra a intolerância religiosa e contra o racismo na sua cidade e na sua escola. Diga #nãoàintolerânciareligiosa!

Acompanhe o Coletivo por uma Espiritualidade Libertária nas redes sociais: Facebook, Twitter, LinkedIn, Telegram, e Instagram.

Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula na E.E. Fernão Dias Paes

No dia 23 de setembro, a Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada na cidade de São Paulo, recebeu algumas atividades do Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula. O coordenador do projeto, o professor Silas Fiorotti, teve a oportunidade de dialogar com estudantes do segundo ano do ensino médio durante as oficinas intituladas “Diversidade religiosa na escola e no espaço público”.

Conforme o relato de Fiorotti, “foi uma excelente oportunidade para refletir, juntamente com os estudantes, sobre caminhos para combater a intolerância religiosa e o racismo”.

Agradecemos o convite do professor William Busanello e a acolhida de toda a equipe pedagógica e dos estudantes da E.E. Fernão Dias Paes.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

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Pesquisador aponta problemas na lei paulista de liberdade religiosa

Em artigo publicado no Jornal A Pátria no dia 9 de setembro, intitulado “Por que a lei paulista de liberdade religiosa é problemática?”, o antropólogo Silas Fiorotti criticou alguns aspectos da lei paulista de liberdade religiosa (lei 17.346) que, por sua vez, foi promulgada em março de 2021.

Nas palavras de Silas Fiorotti que é coordenador do Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula:

A minha crítica recai especificamente sobre: (1) a concepção de liberdade religiosa presente na lei; (2) a proposta do estabelecimento de parcerias entre o poder público e as organizações religiosas para promover a liberdade religiosa; (3) o preconceito subjacente contra as religiões afro-brasileiras; (4) a intenção de cercear o trabalho docente na educação básica; e (5) a aparente ausência de ampla interlocução com os profissionais da educação básica e com as comunidades religiosas afro-brasileiras.

O pesquisador levanta questionamentos a respeito de diversos artigos da referida lei. Entre eles, está o questionamento a respeito da abordagem em relação às religiões afro-brasileiras (artigos 27 e 34): “Por que alguns artigos da lei parecem conter preconceito contra as comunidades religiosas afro-brasileiras?” Fiorotti também questiona os artigos da lei que buscam cercear o trabalho dos professores da educação básica (artigos 33, 69 e 70): “Por que o texto da lei aparentemente considera que os professores são inimigos da liberdade religiosa?”

Para ler o artigo na íntegra, basta acessar o link.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Pastores precisam combater a intolerância religiosa cometida por evangélicos

por Silas Fiorotti *

Por que diversas lideranças evangélicas não querem enfrentar efetivamente a questão dos atos de intolerância religiosa cometidos por evangélicos no Brasil?

Em 2016, um pastor evangélico proeminente, de uma grande igreja evangélica histórica aqui da cidade de São Paulo, não aceitou participar de um documentário a respeito da intolerância religiosa sofrida pelos adeptos das religiões afro-brasileiras (ou religiões brasileiras de matrizes africanas). Este pastor queria falar somente a respeito da intolerância religiosa sofrida pelos evangélicos sem mencionar a intolerância sofrida pelos adeptos das religiões afro-brasileiras.

Há casos de líderes evangélicos que supostamente são contra qualquer tipo de intolerância religiosa, mas não querem ter suas imagens associadas à defesa dos adeptos das religiões afro-brasileiras, como é o caso do pastor citado acima. São líderes que temem perder algum prestígio dentro do meio evangélico, temem perder fiéis, e priorizam somente a defesa pública das igrejas evangélicas. Inclusive há um pastor e parlamentar evangélico, também da cidade de São Paulo, que só se dispõe a apoiar indiretamente algumas iniciativas em prol dos religiosos afro-brasileiros, por meio de seus assessores, mas não quer que seu nome esteja envolvido. No entanto, trata-se de um parlamentar que é autor de diversos projetos de lei que defendem os interesses dos evangélicos.

Quando há comoção nas redes sociais por conta de ataques a terreiros ou templos afro-brasileiros, sempre vemos manifestações de evangélicos no sentido de desqualificar a solidariedade aos candomblecistas e aos umbandistas. Estes evangélicos supõem que isto é hipocrisia, supõem que só há comoção em relação aos adeptos das religiões afro-brasileiras e nunca em relação aos evangélicos.

A reação dos evangélicos é ainda mais forte quando apontamos que a maior parte dos atos de racismo e de intolerância contra os adeptos das religiões afro-brasileiras é cometida por indivíduos e por grupos evangélicos. Diversas pesquisas indicam que o aumento da intolerância religiosa no Brasil está relacionado, entre outros fatores, com o crescimento dos evangélicos pentecostais. Ao ler um artigo que aborda isto, um pastor evangélico enviou a seguinte mensagem: “Isso já é intolerável falar de pentecostalismo. Imagine que os pentecostais são os que mais trabalham com a classe mais pobre e a maioria dos pastores são negros. Artigo intolerante”.

Há ainda o exemplo da lei paulista de liberdade religiosa (17.346), sancionada em 12 de março de 2021, de autoria de uma deputada evangélica de São Paulo. É decepcionante constatar que esta lei, em nome da liberdade religiosa, vai no sentido de beneficiar as igrejas evangélicas e não enfrenta efetivamente o problema do racismo e da intolerância que atinge principalmente as comunidades religiosas afro-brasileiras.

Não se pode supor que a defesa de uma liberdade religiosa genérica, concebida a partir de perspectiva católica ou evangélica, é capaz de enfrentar os problemas cotidianos das diversas comunidades religiosas afro-brasileiras e de outros grupos religiosos minoritários. Os evangélicos caminham para se tornar o maior grupo religioso no Brasil e possuem muitos representantes legislativos, não faz sentido ainda considerá-los como grupo religioso minoritário.

A ideia que está presente de alguma forma em todos esses exemplos citados acima é a ideia de que não se pode defender um grupo injustiçado sem defender algum outro grupo que também é injustiçado, especificamente o dos evangélicos. Trata-se de uma ideia equivocada. Quando há algum movimento no sentido da defesa dos adeptos das religiões afro-brasileiras, que é o grupo que mais sofre com o racismo e com a intolerância religiosa no Brasil, todos os outros grupos religiosos também são beneficiados. Outra ideia equivocada é supor que a liberdade religiosa pode ser concebida somente a partir das perspectivas dos maiores grupos religiosos. Não. A liberdade religiosa deve ser concebida no sentido de garantir principalmente a existência e a valorização dos grupos religiosos minoritários.

A liberdade religiosa não deve ser utilizada como desculpa para grandes grupos religiosos se voltarem contra os minoritários, não deve ser utilizada para indivíduos e grupos evangélicos demonizarem as religiões afro-brasileiras. Neste sentido, as lideranças evangélicas precisam se posicionar claramente, precisam enfrentar todos os atos de racismo e de intolerância cometidos pelos próprios evangélicos, não basta apenas a defesa de qualquer concepção de liberdade religiosa genérica.


* Silas Fiorotti é cientista social, mestre em Ciências da Religião, doutor em Antropologia Social, professor colaborador do CPPG-FMU (São Paulo, Brasil), pesquisador, e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula. Desenvolveu pesquisa de doutorado sobre o pentecostalismo em Moçambique e no Brasil. E-mail: <silas.fiorotti@gmail.com>.

Referências:
Fiorotti, S. É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica. In: Observatório da Imprensa, São Paulo, v. 1021, 22 jan. 2019.
Fiorotti, S. Intolerância religiosa dos evangélicos na educação básica: breve análise de alguns casos. In: Interritórios: Revista de Educação, v. 5, n. 9, 2019, pp. 213-231.
Fiorotti, S. Lei paulista de liberdade religiosa beneficia evangélicos e não enfrenta a intolerância religiosa. In: A Pátria, Funchal, 30 nov. 2020.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Gratidão, Thiago Fuschini (1976-2021)

Gratidão, Thiago Fuschini (1976-2021). Adeus, amigo!

Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, lamentamos o falecimento do amigo Thiago Pavão Fuschini, no sábado, dia 14 de agosto de 2021, aqui na cidade de São Paulo. Ele foi sepultado em Santos, sua cidade natal, no dia 16 de agosto. Deixamos aqui nossos sentimentos à sua esposa Ana Cláudia e aos seus familiares. O Thiago foi um grande colaborador e membro do nosso coletivo, promoveu encontros em sua própria residência, contribuiu em diversas reflexões e foi incansável na defesa de uma espiritualidade que se coloca contra as injustiças.

Seguem abaixo algumas mensagens:

“Adeus, querido Thiago! Thiago Fuschini, presente!” (Elaine Martins Donda)

“Hoje as ruas de São Paulo conseguiram se tornar um pouco mais frias e menos humanas. Descanse em paz, Thiago Fuschini.” (Héder Honório)

“Infelizmente nosso amigo Thiago Fuschini partiu. Mas deixou boas lembranças e ensinamentos. Aprendi muito com ele na faculdade, nos papos, nas caminhadas pelas ruas. Sempre muito hilário, generoso, e principalmente solidário com as pessoas mais vulneráveis. Adeus, amigo.” (Silas Fiorotti)

“Ontem doeu saber que você partiu, companheiro Thiago. Não consegui elaborar nenhuma palavra. Mal consegui dormir. Hoje posso dizer: vamos honrar sua luta seguindo em frente em defesa dos pobres. Thiago Fuschini, presente!” (Caio Marçal)

“Grande Thiago… Um amor de pessoa. Muito atencioso, respeitoso, divertido… Um cristão que procurava se desencaixar… Vá em paz, meu amigo. Deus continue te abençoando com seus anjos protetores. Seu legado de amizade, carinho e inteligência? Esse nos acompanhará.” (Eduardo Meinberg Maranhão)

“Hoje perdemos um amigo, Thiago Fuschini um grande guerreiro da luta por justiça e por um mundo onde todas as pessoas possam existir com igualdade e sem violência. Thiago era um militante sempre muito prestativo e companheiro.” (Rede de Proteção e Resistência ao Genocídio)

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Ver vídeo, de fevereiro de 2020, em que Thiago Fuschini fala sobre a população em situação de rua da cidade de São Paulo:

Seleção de materiais do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula

— Campanha Contra a Intolerância Religiosa (desde 2014) #nãoàintolerânciareligiosa <http://bit.ly/2nIPeDv>.

— “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil”, por Amauri Alves e Silas Fiorotti (2014) <http://bit.ly/2BoRKoh>.

— “Por que falar de religião em sala de aula?”, por Silas Fiorotti (2016) #diversidadereligiosa #diversidadenaescola <http://bit.ly/2BrhQHl>.

— “Diálogos & Espiritualidade”, informativo aborda a questão da intolerância religiosa (2017) <http://bit.ly/2APtzP0>.

— “Ser muçulmana é ter fé em Deus único, é ser livre apesar de acharem que eu sou oprimida o tempo todo, por todo mundo”, entrevista com Sarah Ghuraba (2017) <http://bit.ly/2ASqcqC>.

— “Ser de candomblé é assumir o risco de ser discriminado o tempo todo”, entrevista com Patrício Carneiro Araújo (2017) <http://bit.ly/2Jojm1I>.

— “Enfrentando o preconceito como alternativa para a promoção da saúde”, por Eugênia Zilioli Iost (2017) <http://bit.ly/2iJpyRN>.

— “Qual dever ser o lugar da religião na educação básica?”, por Silas Fiorotti (2017) <http://bit.ly/2ULBZOl>.

— Volta às Aulas Sem Intolerância Religiosa (desde 2018) #voltaàsaulassemintolerânciareligiosa #voltaàsaulas <http://bit.ly/2OfUaZZ>.

— “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”, por Silas Fiorotti (2019) <http://bit.ly/2FkcKMw>.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Artigo “Economias morais evangélicas e governo Bolsonaro em tempos de pandemia” publicado na Revista Plura

Na última edição da Plura, Revista de Estudos de Religião (v. 12, n. 1, 2021) foi publicado o artigo Economias morais evangélicas e governo Bolsonaro em tempos de pandemia de autoria de Silas Fiorotti, coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.

Segue abaixo o resumo do artigo:

Resumo: O artigo aborda as relações entre os evangélicos e o governo Bolsonaro a partir da análise de alguns discursos morais. Para isto, afasta-se das distinções entre o que seria estritamente religioso e o que seria estritamente político, e das distinções entre forma e conteúdo. A abordagem volta-se para a maneira como o estado se relaciona com os agentes religiosos ou “regula” as atividades religiosas, e volta-se para os discursos morais e para as formas sensoriais. Entre os elementos destaca-se: a ideia de que os evangélicos constituem uma minoria perseguida, a defesa da concepção de liberdade religiosa irrestrita, as formas sensoriais dos evangélicos pentecostais e da cultura pública evangélica de um modo geral. A hipótese é de que estes elementos e valores morais são mobilizados e conjugados com as estratégias de poder dos líderes das grandes igrejas pentecostais e as estratégias de poder do presidente Jair Messias Bolsonaro. Mas não somente por eles, há um compartilhamento destes elementos por um contingente mais amplo de evangélicos brasileiros. Em tempos de pandemia da covid-19, fica ainda mais evidente que as chamadas economias morais evangélicas são mobilizadas em prol do oportunismo e da irresponsabilidade.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.