Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula na E.E. Fernão Dias Paes

No dia 23 de setembro, a Escola Estadual Fernão Dias Paes, localizada na cidade de São Paulo, recebeu algumas atividades do Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula. O coordenador do projeto, o professor Silas Fiorotti, teve a oportunidade de dialogar com estudantes do segundo ano do ensino médio durante as oficinas intituladas “Diversidade religiosa na escola e no espaço público”.

Conforme o relato de Fiorotti, “foi uma excelente oportunidade para refletir, juntamente com os estudantes, sobre caminhos para combater a intolerância religiosa e o racismo”.

Agradecemos o convite do professor William Busanello e a acolhida de toda a equipe pedagógica e dos estudantes da E.E. Fernão Dias Paes.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Pesquisador aponta problemas na lei paulista de liberdade religiosa

Em artigo publicado no Jornal A Pátria no dia 9 de setembro, intitulado “Por que a lei paulista de liberdade religiosa é problemática?”, o antropólogo Silas Fiorotti criticou alguns aspectos da lei paulista de liberdade religiosa (lei 17.346) que, por sua vez, foi promulgada em março de 2021.

Nas palavras de Silas Fiorotti que é coordenador do Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula:

A minha crítica recai especificamente sobre: (1) a concepção de liberdade religiosa presente na lei; (2) a proposta do estabelecimento de parcerias entre o poder público e as organizações religiosas para promover a liberdade religiosa; (3) o preconceito subjacente contra as religiões afro-brasileiras; (4) a intenção de cercear o trabalho docente na educação básica; e (5) a aparente ausência de ampla interlocução com os profissionais da educação básica e com as comunidades religiosas afro-brasileiras.

O pesquisador levanta questionamentos a respeito de diversos artigos da referida lei. Entre eles, está o questionamento a respeito da abordagem em relação às religiões afro-brasileiras (artigos 27 e 34): “Por que alguns artigos da lei parecem conter preconceito contra as comunidades religiosas afro-brasileiras?” Fiorotti também questiona os artigos da lei que buscam cercear o trabalho dos professores da educação básica (artigos 33, 69 e 70): “Por que o texto da lei aparentemente considera que os professores são inimigos da liberdade religiosa?”

Para ler o artigo na íntegra, basta acessar o link.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o Projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Seleção de materiais do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula

— Campanha Contra a Intolerância Religiosa (desde 2014) #nãoàintolerânciareligiosa <http://bit.ly/2nIPeDv>.

— “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil”, por Amauri Alves e Silas Fiorotti (2014) <http://bit.ly/2BoRKoh>.

— “Por que falar de religião em sala de aula?”, por Silas Fiorotti (2016) #diversidadereligiosa #diversidadenaescola <http://bit.ly/2BrhQHl>.

— “Diálogos & Espiritualidade”, informativo aborda a questão da intolerância religiosa (2017) <http://bit.ly/2APtzP0>.

— “Ser muçulmana é ter fé em Deus único, é ser livre apesar de acharem que eu sou oprimida o tempo todo, por todo mundo”, entrevista com Sarah Ghuraba (2017) <http://bit.ly/2ASqcqC>.

— “Ser de candomblé é assumir o risco de ser discriminado o tempo todo”, entrevista com Patrício Carneiro Araújo (2017) <http://bit.ly/2Jojm1I>.

— “Enfrentando o preconceito como alternativa para a promoção da saúde”, por Eugênia Zilioli Iost (2017) <http://bit.ly/2iJpyRN>.

— “Qual dever ser o lugar da religião na educação básica?”, por Silas Fiorotti (2017) <http://bit.ly/2ULBZOl>.

— Volta às Aulas Sem Intolerância Religiosa (desde 2018) #voltaàsaulassemintolerânciareligiosa #voltaàsaulas <http://bit.ly/2OfUaZZ>.

— “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”, por Silas Fiorotti (2019) <http://bit.ly/2FkcKMw>.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Lei paulista de liberdade religiosa beneficia evangélicos e não enfrenta a intolerância religiosa

por Silas Fiorotti *

Em pleno Dia da Consciência Negra (20 de novembro), o Brasil acordou com a notícia e as imagens do assassinato de Beto Freitas (João Alberto Silveira Freitas) em unidade do supermercado Carrefour, na cidade de Porto Alegre. Nem é preciso dizer que uma pessoa branca não seria espancada pelos seguranças de um supermercado e com a conivência de outros funcionários, mas muita gente esquece que a pessoa negra subserviente normalmente é tolerada. Beto Freitas não foi espancado exclusivamente pela cor de sua pele, provavelmente os seguranças ficaram enfurecidos porque ele não abaixava a cabeça, porque ele não aceitava ser tratado como inferior. De um modo geral, tanto policiais como seguranças privados consideram que um negro com determinado estilo e vestuário (tatuagem, corte de cabelo e barba, corrente, brinco, camiseta, bermuda, boné) não merece ser tratado com dignidade.

A questão do racismo no Brasil não está restrita à cor da pele e não é somente uma herança da escravidão como muitos querem crer. O Brasil teve, sim, uma escravidão muita longa e extremamente cruel à população negra. Mas para além da escravidão, o estado brasileiro desempenhou e continua desempenhando um papel central na criação de desigualdades raciais com barreiras para a população negra ascender socialmente, para estudar e para comprar terras, com políticas de branqueamento, negação do racismo, abusos policiais, encarceramento em massa, criminalização, marginalização, extermínio da população negra, etc. Neste sentido, pode-se dizer que há, sim, um racismo estrutural que continua operando no Brasil e que periodicamente recebe manutenção.

O racismo no Brasil volta-se contra a cultura afro-brasileira. As manifestações culturais que nascem junto com a população negra são consideradas inferiores, primitivas, animalescas, lascivas, e demoníacas. Os atos de intolerância religiosa voltam-se principalmente contra as religiões afro-brasileiras (os candomblés, as umbandas e outras); por isto, diversos pesquisadores afirmam que trata-se de racismo religioso. Constatam-se novas tentativas de criminalização das religiões afro-brasileiras, são principalmente projetos de lei que buscam criminalizar os rituais dos candomblés com sacrifícios de animais.

Aqui em São Paulo, uma lei estadual com o objetivo de defender a liberdade religiosa e combater a intolerância religiosa será promulgada em breve. No dia 25 de novembro de 2020, os deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), aprovaram o projeto de lei 854 de autoria da deputada evangélica Damaris Moura, e seguiu para a promulgação do governador. Isto poderia ser motivo de comemoração, mas é decepcionante constatar que o texto da lei, em nome da liberdade religiosa, vai no sentido de beneficiar as igrejas evangélicas e não enfrenta efetivamente o problema da intolerância religiosa.

O texto da lei é extremamente problemático. Faz menção às intenções genéricas no sentido de promover a liberdade religiosa, mas não enfrenta os casos concretos de intolerância religiosa. A parceria entre o poder público e as organizações religiosas é tomada como algo de interesse público e que não fere a laicidade, sendo que ela pode ser estabelecida até mesmo para promover a liberdade religiosa nos órgãos públicos. Como diz o artigo 38: “Não constitui proselitismo religioso nem fere a laicidade estatal a cooperação entre o Poder Público Estadual e organizações religiosas com vistas a atingir os fins mencionados neste artigo”. A pergunta que se impõe é a seguinte: como as igrejas evangélicas, as mais prováveis parceiras, combaterão a intolerância religiosa que elas mesmas promovem contra as religiões afro-brasileiras?

Há uma insistência na afirmação de que o poder público não pode priorizar nenhuma religião. Mas se as religiões afro-brasileiras são aquelas que mais sofrem com a intolerância religiosa e com o racismo, não deve haver uma priorização no sentido da defesa e da valorização destas religiões? Muito pelo contrário, está subentendido no texto da lei, nos artigos 28 e 35, que as religiões afro-brasileiras não respeitam os animais e não respeitam o meio ambiente.

Outra insistência da lei é no sentido da intervenção na educação básica. O artigo 34 diz: “As escolas públicas do Estado de São Paulo não admitirão conteúdos de natureza ideológica que contrariem a liberdade religiosa”. A lei prevê até mesmo multa para professores supostamente doutrinadores que tentam “incutir convicções religiosas e ideológicas que violem a liberdade religiosa” (artigo 70). O que significa isto?, trata-se de nova tentativa de cercear o trabalho docente?

Não pretendo ser chato ou petulante para os apoiadores desta lei. Mas insisto, não encontrei nada, nenhuma medida que efetivamente enfrenta o racismo e a intolerância religiosa. Muito pelo contrário, tudo indica que a lei será utilizada para perseguir as pessoas que defendem e valorizam as religiões afro-brasileiras.

[Artigo publicado originalmente no jornal A Pátria, Funchal, 30/11/2020.]

* Silas Fiorotti é membro do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula. Email: <silas.fiorotti@gmail.com>.

Referências:
Carneiro, S. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
Fiorotti, S. É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica. In: Observatório da Imprensa, São Paulo, v. 1021, 22/1/2019.
Fiorotti, S. Intolerância religiosa dos evangélicos na educação básica: breve análise de alguns casos. In: Interritórios: Revista de Educação, v. 5, n. 9, 2019, pp. 213-231.
Moura, D. Projeto de lei 854: institui a lei estadual de liberdade religiosa no Estado de São Paulo e dá outras providências. São Paulo: Alesp, 02/8/2019.

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Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Volta às Aulas Sem Intolerância Religiosa (2020)

Volta às aulas sem intolerância religiosa!

Professores, professoras, profissionais da educação, estudantes e comunidades escolares, comprometam-se com o combate à intolerância religiosa nas suas escolas, neste ano letivo de 2020.

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A intolerância religiosa é um problema que deve ser combatido nas escolas. No entanto, são poucas as escolas que efetivamente estão comprometidas com a valorização da diversidade religiosa. O projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula tem o objetivo de dialogar com professores, professoras, profissionais da educação, estudantes e comunidades escolares no sentido da valorização das várias crenças, da disseminação do conteúdo dos direitos humanos e do combate ao racismo e à intolerância religiosa.

Entrem em contato conosco, compartilhem suas experiências conosco: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

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Veja neste link a seleção de materiais do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Esta publicação está no âmbito das atividades da Campanha Contra a Intolerância Religiosa e do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula. Para saber mais sobre estas atividades, leia os textos “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil”, “Por que falar de religião em sala de aula?”, e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Artigo “Intolerância Religiosa dos Evangélicos na Educação Básica” publicado na Revista Interritórios

Na última edição da Revista de Educação Interritórios (v. 5, n. 9, 2019) foi publicado o artigo Intolerância religiosa dos evangélicos na educação básica: breve análise de alguns casos de autoria de Silas Fiorotti, coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.

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Segue abaixo o resumo do artigo:

Resumo: O artigo apresenta uma breve análise de dezoito casos de intolerância religiosa ocorridos, entre 2004 e 2018, no âmbito da educação básica; e também uma reflexão sobre duas atividades. Estes casos foram classificados em cinco tipos de intolerância religiosa na educação básica. Seguindo a perspectiva antropológica que identifica a presença do religioso nas proibições, identificou-se diversas proibições em relação às religiões e aos símbolos afro-brasileiros. Apontou-se que o religioso presente nas escolas está associado a um Deus belicoso do pentecostalismo que propaga a guerra espiritual. Os casos analisados indicam que quem mais sofre com a intolerância religiosa nas escolas são pessoas adeptas das religiões afro-brasileiras e negras, e quem mais comete os atos de intolerância religiosa são pessoas evangélicas. E, por fim, como medida de combate à intolerância religiosa, há um apelo para que estudantes, professores e demais profissionais da educação estejam efetivamente em contato e em diálogo com os religiosos afro-brasileiros.

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Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

No dia 12 de novembro, ocorreu o encontro “Diversidade Religiosa no Ambiente Escolar”

No dia 12 de novembro, ocorreu o encontro Diversidade Religiosa no Ambiente Escolar, aqui na cidade de São Paulo.

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Este encontro contou com a participação do Silas Fiorotti, cientista social, mestre em Ciências da Religião, doutor em Antropologia Social, e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula; da Cintia Quina da Silva, historiadora e mestranda em Educação, professora da rede pública (SEE-SP) e idealizadora do projeto Congo; e da Najla Ghabar, pedagoga, psicóloga e mestre em Ciências da Religião, professora do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo, e coordenadora do Terra Roxa Vivências Culturais. Além da mediação da Janine Rodrigues, fundadora da editora Piraporiando. Foi um momento importante de reflexão sobre as formas de abordar as religiões nas escolas com o intuito de combater a intolerância religiosa e o racismo.

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Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Encontro “Diversidade Religiosa no Ambiente Escolar” (12/11/2019), em São Paulo

No dia 12 de novembro (terça-feira) a partir das 19h30, ocorrerá o encontro “Diversidade Religiosa no Ambiente Escolar” promovido pela editora Piraporiando.

O evento tem foco no público escolar (professores, coordenadores, gestores) e propõe uma análise dos danos causados pela intolerância religiosa dentro das escolas. Dialogar sobre soluções, ouvir casos reais e pensar coletivamente em ações e projetos que contribuam para uma maior equidade nas escolas e na sociedade é o objetivo principal proposto pela Piraporiando neste evento.

Para compor o grupo de convidados e convidadas, teremos a presença de:
Silas Fiorotti, cientista social, mestre em Ciências da Religião (Umesp) e doutor em Antropologia Social (USP). Atua como pesquisador colaborador no CERU-USP e no CERNe-USP, como professor colaborador no CPPG-FMU, e coordena o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.
Cintia Quina da Silva, historiadora e mestranda em Educação (Unifesp). Professora de História, Filosofia, Sociologia e Ensino Religioso da rede pública (SEE-SP). Pesquisadora da área de história africana e afro-brasileira, intolerância religiosa em relação às religiões de matriz africana, questões de gênero e educação antirracista.
Najla Ghabar, pedagoga, psicóloga e mestre em Ciências da Religião (PUC-SP). Professora de Ensino Religioso no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Em 2017, em parceria com educadores, criou o Terra Roxa Vivências Culturais, empresa que elabora e promove o projetos sonhando transformar vidas a partir de vivências e experiências sensoriais únicas no contato com o mundo que nos cerca.
Janine Rodrigues, fundadora da Piraporiando, será a mediadora do evento. Formada em Gestão Ambiental com Especialização Socioambiental pela UFRJ e Produção Cultural. Especialização em Educação pela PUC. Cursou “Racismo na Infância: uma forma de maus tratos”, no Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade. Fundadora da editora Piraporiando.

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Onde: no Civi-co, Rua Dr. Virgílio de Carvalho Pinto, 445, Pinheiros, São Paulo, SP.
Data: 12 de novembro de 2019.
Horário: 19h30 às 21h30.
Público: Professores e professoras, coordenadores e coordenadoras pedagógicas e demais gestores e gestoras escolares.
— Número máximo de 50 participantes.
— Evento gratuito mediante inscrição prévia: <http://bit.ly/Diversidadereligiosa>.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

“Vivenciar o candomblé é estar em contato com a minha ancestralidade, é me reconhecer no mundo”, entrevista com Cintia Quina

Entrevista com Cintia Quina, concedida a Silas Fiorotti, membro do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, no dia 28 de abril de 2019, dentro das atividades do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula.

Há quanto tempo você é candomblecista? O que é ser uma candomblecista para você?

Minha trajetória na religião de matriz africana vem de uma trajetória familiar na umbanda com a minha bisavó e avó materna. Meu primeiro contato com o candomblé foi em 2006 e, desde então, fui buscando conhecimento sobre esta cultura e construindo minha fé. Não sou iniciada ainda, pode ser que eu venha me iniciar em algum momento; por enquanto, só passei pelo ritual de bori.

Vivenciar, mesmo que de forma singela, o candomblé, a umbanda, é estar em contato com a minha ancestralidade, é me reconhecer no mundo.

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Você já sofreu algum tipo de preconceito por conta da sua fé?

Sim, sim, de acordo com a sofisticação que caracteriza o racismo brasileiro; sutil, utilizando-se de piadas ou com frases do tipo: “pára com isso, sai dessa vida!” Vinda muitas vezes da própria família.

Você atua na educação básica e desenvolve pesquisa sobre estudantes candomblecistas. Como a intolerância religiosa se manifesta na educação básica? Você defende alguma abordagem das religiões afro-brasileiras nas escolas para combater a intolerância religiosa?

As crianças e adolescentes não têm muito essa coisa do filtro social e moral que nós temos; portanto, eles falam muito abertamente as coisas, é bem aquela coisa do “macaco”, “sua macumbeira”. Por várias vezes, me vi parando aulas para conversar com a sala sobre isso.

Em termos de abordagem o que eu tenho buscado fazer, além das rodas de conversa sobre as diversas religiões que existem no mundo, quando a questão do racismo é real, acredito que a arte nos ajuda muito nesse processo, a música, a dança, a literatura… Teve um ano, que durante uma atividade da consciência negra, uma sala iria fazer uma apresentação de dança, tudo tranquilo, os ensaios acontecendo e, na véspera da apresentação, uma aluna disse que sua mãe não tinha mais deixado que ela participasse pelo fato de serem evangélicas. Após isto, parei o que estava fazendo, conversei com a sala e disse que o que ensinava para eles era cultura, ciência, e não fé; que cada um tem sua fé, sua religião e que isso não era um problema e, depois desta conversa, a aluna decidiu continuar participando e, no dia da apresentação, caprichou muito no figurino, pesquisou coisas para auxiliar na maquiagem e cabelo das amigas. E ela como aluna branca não entendia porque as pessoas praticavam racismo.

Mesmo sendo evangélico, sei que nós evangélicos temos muita responsabilidade pela intolerância religiosa contra adeptos das religiões afro-brasileiras. Você pode passar alguma mensagem aos evangélicos que não conhecem as religiões afro-brasileiras e seus adeptos?

Bom, que possamos nos respeitar independente de nossa fé, que conheçam mais a respeito, que busquem, pesquisem, dialoguem, que assim poderemos dar um direcionamento muito melhor para as coisas. O quanto a educação se faz necessária, afinal conhecer as religiões de matriz africana é conhecer uma parte da história do Brasil.

Suponho que você possua amigos e familiares que também são evangélicos. Agora no sentido de quebrar estereótipos, você pode citar algum aspecto que você considera positivo relacionado aos evangélicos?

Tenho familiares e amigos evangélicos, sim, e os trato com todo carinho e respeito. Sempre deixei claro que não importa a nossa fé, que podemos ser amigos e nos respeitar. Na escola que trabalho tenho uma colega evangélica com a qual estabeleço uma parceria bem bacana para desenvolvermos ações no combate ao racismo na nossa escola, que é muito grande. Estamos no início de uma longa caminhada de muita luta, muita resistência e diálogos.

Que a paz do Senhor esteja com os irmãos evangélicos e muito axé, que Oxalá nos dê paz.

Agradeço por esta entrevista.

Obrigado pelo convite.

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Cintia Quina é historiadora, mestranda em Educação (Unifesp), e atua como professora da rede estadual de São Paulo (SEE-SP). E-mail: <cintiadehistoria@hotmail.com>.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.

Seleção de materiais do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula

Seleção de materiais do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, de São Paulo, SP.

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— Campanha Contra a Intolerância Religiosa (desde 2014) #nãoàintolerânciareligiosa <http://bit.ly/2nIPeDv>.

— “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil”,
por Amauri Alves e Silas Fiorotti (2014) <http://bit.ly/2BoRKoh>.

— “Por que falar de religião em sala de aula?”, por Silas Fiorotti (2016) #diversidadereligiosa #diversidadenaescola <http://bit.ly/2BrhQHl>.

— “Diálogos & Espiritualidade”, informativo aborda a questão da intolerância religiosa (2017) <http://bit.ly/2APtzP0>.

— “Ser muçulmana é ter fé em Deus único, é ser livre apesar de acharem que eu sou oprimida o tempo todo, por todo mundo”, entrevista com Sarah Ghuraba (2017) <http://bit.ly/2ASqcqC>.

— “Ser de candomblé é assumir o risco de ser discriminado o tempo todo”, entrevista com Patrício Carneiro Araújo (2017) <http://bit.ly/2Jojm1I>.

— “Enfrentando o preconceito como alternativa para a promoção da saúde”, por Eugênia Zilioli Iost (2017) <http://bit.ly/2iJpyRN>.

— “Qual dever ser o lugar da religião na educação básica?”, por Silas Fiorotti (2017) <http://bit.ly/2ULBZOl>.

— Volta às Aulas Sem Intolerância Religiosa (desde 2018) #voltaàsaulassemintolerânciareligiosa #voltaàsaulas <http://bit.ly/2OfUaZZ>.

— “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”, por Silas Fiorotti (2019) <http://bit.ly/2FkcKMw>.

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Coletivo por uma Espiritualidade Libertária lançou o informativo Diálogos & Espiritualidade que aborda a questão da intolerância religiosa. Para saber sobre o projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula, leia os textos “Por que falar de religião em sala de aula?” e “É preciso combater a intolerância religiosa na educação básica”.

Informações (sobre cursos, palestras e oficinas) e contatos: <espiritualidadelibertaria@gmail.com>.