Enfrentando o preconceito como alternativa para a promoção da saúde (por Eugênia Zilioli Iost)

O trabalho da Atenção Básica de Saúde (Setor Público) no Brasil enfrenta vários desafios para promover uma população saudável. A UBS (Unidade Básica de Saúde) é a porta de entrada principal para os munícipes iniciarem as investigações das queixas físicas e mentais, aumentando com isso a complexidade no trabalho dos profissionais de saúde.

A visão que temos sobre a Saúde de uma população incide diretamente no processo de trabalho dos profissionais. De acordo com a linha teórica da Saúde Coletiva, os aspectos que podem influenciar no processo Saúde-Doença não são exclusivamente biológicos, a maneira como a sociedade se organiza, socialmente, economicamente e culturalmente, tem uma atuação potencialmente elevada no desenvolvimento das doenças.

Com base nessa teoria, a UBS Alpes do Jaraguá, no município de São Paulo, desenvolveu um projeto intitulado de “Alpes Diversidade”. Este projeto, pretende ampliar a visão de mundo dos profissionais de saúde e demais trabalhadores da Unidade (Segurança, Limpeza, Administrativo), sobre assuntos ligados aos direitos humanos. Em março de 2015, iniciamos rodas de conversa com todos os trabalhadores da UBS, sendo o primeiro tema “Racismo no Brasil”. O segundo tema deste projeto foi a “Intolerância Religiosa às religiões de matrizes africanas”.

Durante as rodas de conversa, contamos com um professor de filosofia que é líder no Candomblé e isso permitiu um aprofundamento sobre o assunto. Apresentamos também um documentário da ONU Brasil sobre o preconceito às religiões de matrizes africanas (ou religiões afro-brasileiras) no Brasil. Durante o debate, os participantes (principalmente cristãos), questionaram sobre os símbolos dessas religiões serem semelhantes à imagem do “demônio” e que se sentiam “mal” quando assistiam aos seus rituais. Estes apontamentos foram fundamentais para que a equipe condutora do Projeto pudesse esclarecer sobre as diferenças entre os símbolos religiosos e os seus significados nas religiões de matrizes africanas.

Foi possível também abordar sobre o modelo eurocêntrico, imposto ao Brasil desde a sua colonização e que o olhar sobre um culto religioso necessita de uma base cultural alinhada à religião específica.

Como gerente dessa UBS, pude observar que essas rodas de conversas, impulsionaram uma reflexão sobre os modelos e conceitos fundamentalistas da nossa sociedade, vários funcionários comentam que hoje estão vendo, por exemplo, as cotas raciais de outra maneira, pois entenderam que desde a libertação dos escravos esta foi a primeira ação de inclusão do negro no sistema de educação.

Esse projeto tem permitido evidenciar que é possível organizar um ambiente propício para a reflexão de temas inclusivos e que não importa onde estamos ou o que fazemos, o fundamental é sairmos da posição de expectadores e atuarmos como protagonistas das nossas vidas.

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Eugênia Zilioli Iost é gerente da UBS Alpes do Jaraguá, mestre em Enfermagem em Saúde Pública, e membro do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária. E-mail: eugeniazilioli@yahoo.com.br.

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O Coletivo por uma Espiritualidade Libertária (de São Paulo) também aceita convites para palestras voltadas para jovens, estudantes, educadores e religiosos. Entre em contato conosco para levar alguma palestra para sua instituição, empresa, escola, igreja, grupo de jovens ou coletivo. Para saber mais sobre a Campanha Contra a Intolerância Religiosa, leia o texto “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil” de Amauri Alves e Silas Fiorotti. E para saber sobre o projeto “Diversidade religiosa em sala de aula”, leia o texto “Por que falar de religião em sala de aula?” de Silas Fiorotti.

Contato: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

No dia 21 de janeiro, ocorreu o Ato de Combate à Intolerância Religiosa em São Paulo

No dia 21 de janeiro, ocorreu o Ato de Combate à Intolerância Religiosa, no Vão do MASP na cidade de São Paulo. Este ato ocorreu no Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (21 de janeiro) e contou com a presença de representantes de diversos grupos religiosos e defensores dos direitos humanos.

Nós do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária apoiamos e participamos dessa iniciativa com os cartazes da Campanha Contra a Intolerância Religiosa. Agradecemos a todos e todas que estiveram presente e que lutam contra a intolerância religiosa.

Partilhe também uma mensagem, partilhe uma foto, e utilize a hashtag #nãoàintolerânciareligiosa. Segue link com os cartazes da campanha.

Para saber mais sobre a Campanha Contra a Intolerância Religiosa, leia o texto “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil” de Amauri Alves e Silas Fiorotti. E para saber sobre o projeto “Diversidade religiosa em sala de aula”, leia o texto “Por que falar de religião em sala de aula?” de Silas Fiorotti.

Informações: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

No dia 14 de janeiro, ocorreu o evento Garage Underground em São Paulo

No dia 14 de janeiro, ocorreu o evento Garage Underground na Igreja Evangélica Refúgio Moriah, na zona sul da cidade de São Paulo. Além da apresentação das bandas Terceiro Dia e Living Fire, e da exposição e distribuição de fanzines, houve um momento de diálogo sobre a intolerância religiosa no Brasil.

O Coletivo por uma Espiritualidade Libertária esteve presente no evento dialogando sobre o tema e divulgando a Campanha Contra a Intolerância Religiosa. Agradecemos os organizadores e todos os participantes que dialogaram conosco e estão dispostos a combater a intolerância religiosa no meio evangélico.

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Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, apoiamos todas as iniciativas de combate à intolerância religiosa. No mês de janeiro de 2017, por conta do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa (dia 21), ocorrerão diversas atividades por todo o país.

Partilhe uma foto, partilhe uma mensagem, organize e/ou participe de alguma iniciativa contra a intolerância religiosa na sua cidade. Diga #nãoàintolerânciareligiosa!

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Para saber mais sobre a Campanha Contra a Intolerância Religiosa, leia o texto “É preciso dizer não à intolerância religiosa no Brasil” de Amauri Alves e Silas Fiorotti. E para saber sobre o projeto “Diversidade religiosa em sala de aula”, leia o texto “Por que falar de religião em sala de aula?” de Silas Fiorotti. Acompanhe também a Campanha Contra a Intolerância Religiosa no Facebook.

Informações: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

2017 com espiritualidade contra toda injustiça!

Nós do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária desejamos que, o ano de 2017, seja cheio de espiritualidade contra toda injustiça!

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Não deixe de participar, já no começo de 2017, da “Campanha Contra a Intolerância Religiosa” (2017), acompanhe também no Facebook.

Organize e/ou participe de alguma atividade contra a intolerância religiosa na sua cidade. Diga #nãoàintolerânciareligiosa!

VII Feira Anarquista de São Paulo (13/11/2016)

No dia 13 de novembro (domingo) a partir das 10h, ocorrerá a VII Feira Anarquista de São Paulo, organizada pela Biblioteca Terra Livre, aqui na cidade de São Paulo.

Na edição deste ano (2016), acontecerá mostra editorial e venda de livros, jornais, revistas, fanzines e outros materiais libertários. Paralelamente à mostra editorial haverá palestras e debates, assim como diversas atividades culturais, como exposições, poesias, apresentações teatrais, musicais e outras atividades.

A entrada é gratuita. O evento ocorrerá no Espaço Cultural Tendal da Lapa, na Rua Constança, 72, Lapa, São Paulo, SP, próximo à estação de trem e terminal de ônibus Lapa.

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Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, apoiamos este evento. Para saber mais sobre o nosso coletivo, visite a nossa página ou entre em contato conosco através do e-mail: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

Acesse também o conteúdo da Revista Espiritualidade Libertária.

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No dia 29 de outubro, ocorreu o Diálogo sobre eleições e mandatos municipais, em São Paulo

No dia 29 de outubro, ocorreu o “Diálogo sobre eleições e mandatos municipais“, aqui na cidade de São Paulo. Este diálogo contou com a participação do Chico Ximenes (do Movimento Passe Livre de São Paulo, MPL-SP), da Angélica Tostes (do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária e da Rede Fale), e do Eduardo Brasileiro (do Coletivo Igreja Povo de Deus em Movimento), e foi mediado por Eugênia Zilioli Iost (do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária).

Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, agradecemos a todas e todos que colaboraram e participaram desse encontro.

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Faça parte do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, participe dos nossos encontros, participe da comissão editorial da revista Espiritualidade Libertária, colabore com a organização da Campanha Contra a Intolerância Religiosa, e/ou participe do projeto Diversidade religiosa em sala de aula. Entre em contato conosco.

Nesse mês de novembro de 2016, ocorrerá um diálogo sobre gênero e religião no Brasil colonial.

Informações: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

 

Dia da Reforma Protestante: Dia da Diversidade Cristã, Dia da Crítica Religiosa (por Flávio Macedo Pinheiro)

Como é de conhecimento de muitos, no dia 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero pregou as chamadas 95 Teses em uma Igreja na Alemanha (Sacro Império, na época). Essas teses eram essencialmente críticas às práticas corruptas presentes no Catolicismo Romano. O dia que ele fez isso não teve grande destaque, mas, mesmo sem saber, ele deu início a um movimento que, também por razões políticas, culturais e econômicas, abalou a sociedade europeia. Em pouco tempo, as críticas luteranas se estenderam das práticas às doutrinas católicas.

Hoje é comum os protestantes afirmarem retoricamente que “é preciso uma nova Reforma na igreja”, e é por isso que escrevo esse texto. Qual foi a consequência da Reforma? Foi a proliferação de diversas igrejas e teologias que receberam o nome de protestantes. A proposta luterana não era essa, pois, a princípio, ele acreditava que era possível manter uma unidade institucional e teológica na cristandade ocidental. O que devemos questionar é: em algum momento da história do cristianismo já houve essa pretensa unidade? Não, isso nunca existiu, nem mesmo na religião que deu origem ao cristianismo – a saber, o judaísmo.

Entre os antigos hebreus sempre houve uma diversidade de correntes, sendo que um grupo ortodoxo acusava os demais de seguirem “falsos profetas”. O início do cristianismo também é marcado por essa diversidade, tanto no período neotestamentário, quando outros grupos pregavam o Cristo sem a conivência dos apóstolos, quanto na(s) igreja(s) primitiva(s). A própria diversidade cristã fez com que fosse necessário realizar diversos Concílios Ecumênicos para a definição de quais seriam as doutrinas tidas por ortodoxas. Os segmentos rejeitados (“heréticos”) continuaram a existir, ainda que perseguidos. Em toda a Idade Média, ainda que a Igreja Católica Romana tenha se tornado a instituição oficial cristã, sempre houve várias correntes de cristãos que se opunham à ortodoxia ou ortopraxia romanas, sendo que alguns foram perseguidos (como os valdenses) e outros foram cooptados pela instituição (como os franciscanos).

Essas pessoas que hoje afirmam que “precisamos de uma nova Reforma”, na prática, ignoram que o cristianismo sempre foi uma religião multifacetada. Essas pessoas podem, com legitimidade, fazer críticas às suas denominações, apontando para os possíveis desvios doutrinários em suas ortodoxias. Mas querer afirmar uma única ortodoxia para todos os cristãos e almejar uma unidade entre todos os cristãos, ou mesmo retornar a uma suposta “unidade que se perdeu” no mundo atual, é fruto de um pensamento que idealiza o passado e não o entende em suas complexidades, contradições e conflitos. Nunca houve harmonia teológica entre os cristãos. A “conquista” católica foi de uma “harmonia institucional”, que na prática nada mais era do que um “silêncio dos hereges” (vivos ou mortos). Aí é que entra o “paradoxo das consequências” da Reforma Luterana: um movimento que defendia uma unidade, um “retorno à forma original” do cristianismo, serviu para evidenciar a pluralidade cristã, gerando cisões atrás de cisões, o que resultou na emergência de tantas instituições cristãs.

Isso é ruim? Só se você acredita que já houve uma unidade, se você idealiza uma certa visão do passado. Para além disso, a Reforma trouxe algo de muito positivo: o princípio da crítica! Só Deus é absoluto, e todo o resto pode e deve ser criticado. Toda pretensão absoluta, seja do papa, do rei, do Estado, de igrejas, pastores, líderes, etc, todos devem ser questionados. A fé protestante deve ser um posicionamento afirmativo do que cremos e vivemos, e negativo frente a toda pretensão absoluta que tente tomar o lugar de Deus. A própria Bíblia, enquanto regra de fé e prática, passa a a ser estudada com critérios exegéticos e históricos, rejeitando as constantes alegorias arbitrárias das leituras bíblicas típicas do medievo. Eis a nossa herança.

Celebrar o corajoso ato de Lutero é reconhecer a diversidade cristã, e ao mesmo tempo não aceitar tudo o que se diz cristão sem antes o expor ao fogo da crítica. Devemos, por fim, abrir mão dessa nostalgia do que não existiu, dessa pretensão totalitária dos que querem impor uma unidade à Teologia Cristã, e estabelecer a crítica constante a tudo o que é humano e que pretenda tomar o lugar de Deus. Criticar não é apenas rejeitar, e sim também aceitar após uma reflexão criteriosa. Manter a Reforma viva não é propor uma nova Reforma, e sim manter vivo o princípio da crítica, que é o combate a toda idolatria! Que Deus nos abençoe nessa tarefa!

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Flávio Macedo Pinheiro é bacharel em História, Filosofia e Teologia, e reside na cidade de São Paulo. E-mail: flavimp@yahoo.com.br.

Aula inaugural aberta do curso Diversidade religiosa em sala de aula (01/11/2016), em São Paulo

Nós do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária convidamos você para a aula inaugural aberta do nosso curso de extensão universitária “Diversidade religiosa em sala de aula” que ocorrerá, na próxima terça-feira (01/11/2016) a partir das 19h30, no Instituto Unised (Rua José dos Reis, 719, São Paulo, SP, próximo ao metrô Vila Prudente, veja link com a rota).

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Para participar da aula inaugural aberta basta confirmar a presença por e-mail ou telefone (contato@unised.com.br, 11 2084 8433).

Informações: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

Diálogo sobre eleições e mandatos municipais (29/10/2016), em São Paulo

Coletivo por uma Espiritualidade Libertária convida para:

Diálogo sobre eleições e mandatos municipais“, no dia 29/10 (sábado) a partir das 14h00

com a participação de:
Angelica Tostes (Coletivo por uma Espiritualidade Libertária e Rede Fale),
e Eduardo Brasileiro (Coletivo Igreja Povo de Deus em Movimento),
e mediado por Eugênia Zilioli Iost (Coletivo por uma Espiritualidade Libertária).
Convidamos também membros do Coletivo CATSO e do Movimento Passe Livre (MPL-SP).

O encontro iniciará pontualmente às 14h00 no salão paroquial da Igreja Imaculada Conceição, na Avenida Brigadeiro Luis Antônio, 2071, São Paulo, SP, próximo ao metrô Brigadeiro.

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A participação é gratuita. Pedimos apenas que confirmem a presença por e-mail e contribuam com quitutes ou frutas que serão partilhados.

Informações: espiritualidadelibertaria@gmail.com.

Por que falar de religião em sala de aula? (por Silas Fiorotti)

Por que falar de religião em sala de aula?

Com as discussões sobre o ensino religioso, muita gente defendeu a retirada total da religião das escolas em nome da laicidade. É claro que as soluções dadas ao ensino religioso que, por sua vez, já foi instituído de forma problemática, não foram boas. Mas o ponto que eu quero destacar aqui é que a exclusão de qualquer abordagem das religiões por si só não garante a laicidade de qualquer escola ou do processo de ensino-aprendizagem.

Muita gente ainda pensa que o surgimento da laicidade foi fruto de uma demanda estritamente política ou jurídica, sem a atuação ou interferência de religiosos. Isso não é verdade. O avanço da laicidade em diversos países também é fruto da luta das minorias religiosas por reconhecimento, muitas vezes contra os interesses das religiões ou instituições religiosas estatais. Nesse sentido, a laicidade também é observada pela garantia de existência, garantia de visibilidade e respeito às minorias religiosas.

Pensando ainda que a laicidade é observada quando as minorias religiosas são respeitadas, podemos dizer que um ensino religioso que invariavelmente privilegia somente os católicos e os evangélicos, religiosos que possuem grande visibilidade na sociedade brasileira, dificilmente contribuirá no sentido de combater a intolerância religiosa e promover o respeito às minorias religiosas (principalmente os candomblecistas e os umbandistas, entre outros grupos).

No Brasil a intolerância religiosa está diretamente ligada ao racismo. Não tenho a intenção de discorrer sobre isso aqui, mas muitos negros ainda sofrem com o estigma e acabam negando sua identidade étnico-racial. Isso vem sendo denunciado e combatido, o que tem levado ao desenvolvimento de uma cultura negra e à afirmação dessa identidade por parte de muitos jovens. A escola tem esse papel de garantir que muitos jovens não acabem negando suas identidades religiosas por conta de estigmas e preconceitos, inclusive de cunho racista.

Aqui em São Paulo, o Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, iniciou o projeto de extensão “Diversidade religiosa em sala de aula”. Você, professor ou profissional da educação, venha dialogar conosco. Precisamos nos comprometer com a valorização da diversidade e o combate à intolerância religiosa.

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Silas Fiorotti é cientista social, doutorando em Antropologia Social, e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária. E-mail: <silas.fiorotti@gmail.com>.