Na quinta-feira (10 de novembro), ocorreu a Oficina sobre diversidade religiosa na E.E. Joaquim Luiz de Brito, na região da Freguesia do Ó, zona norte da cidade de São Paulo. Essa oficina foi uma das atividades da 4ª Semana da Diversidade “Brito Sem Homofobia” que ocorre anualmente na E.E. Joaquim Luiz de Brito.
Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade, agradecemos pelo convite, foi uma honra participar dessa iniciativa. Na Oficina sobre diversidade religiosa, todos e todas presentes, mesmo com algum desconhecimento até mesmo sobre suas próprias crenças, estavam abertos ao diálogo e sensibilizados para o combate à intolerância religiosa.
Convide também o Coletivo por uma Espiritualidade Libertária para ministrar uma oficina ou palestra na sua escola. Entre em contato conosco: espiritualidadelibertaria@gmail.com.
No dia 01 de novembro, ocorreu a aula inaugural do curso de extensão “Diversidade religiosa em sala de aula”, coordenado pelo Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, aqui na cidade de São Paulo.
O curso é voltado para professores, profissionais da educação, estudantes, e religiosos em geral.
Nós, do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, assim como outros grupos que combatem a intolerância religiosa no Brasil, acreditamos que o tema da redação do Enem 2016 é muito oportuno: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.
E nesse ano de 2016, iniciamos o projeto de extensão “Diversidade religiosa em sala de aula”, aqui na cidade de São Paulo. Esse projeto propõe uma atuação pedagógica voltada à promoção e valorização da diversidade religiosa, com foco em práticas democráticas, na disseminação do conteúdo dos direitos humanos e na orientação de práticas de combate ao racismo e à intolerância religiosa. Pretendemos dialogar ainda mais com professores, profissionais da educação, estudantes e religiosos em geral, sempre buscando práticas pedagógicas voltadas à consecução da cultura de convivência pacífica e diálogo inter-religioso.
Nós do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária convidamos você para a aula inaugural aberta do nosso curso de extensão universitária “Diversidade religiosa em sala de aula” que ocorrerá, na próxima terça-feira (01/11/2016) a partir das 19h30, no Instituto Unised (Rua José dos Reis, 719, São Paulo, SP, próximo ao metrô Vila Prudente, veja link com a rota).
Para participar da aula inaugural aberta basta confirmar a presença por e-mail ou telefone (contato@unised.com.br, 11 2084 8433).
Com as discussões sobre o ensino religioso, muita gente defendeu a retirada total da religião das escolas em nome da laicidade. É claro que as soluções dadas ao ensino religioso que, por sua vez, já foi instituído de forma problemática, não foram boas. Mas o ponto que eu quero destacar aqui é que a exclusão de qualquer abordagem das religiões por si só não garante a laicidade de qualquer escola ou do processo de ensino-aprendizagem.
Muita gente ainda pensa que o surgimento da laicidade foi fruto de uma demanda estritamente política ou jurídica, sem a atuação ou interferência de religiosos. Isso não é verdade. O avanço da laicidade em diversos países também é fruto da luta das minorias religiosas por reconhecimento, muitas vezes contra os interesses das religiões ou instituições religiosas estatais. Nesse sentido, a laicidade também é observada pela garantia de existência, garantia de visibilidade e respeito às minorias religiosas.
Pensando ainda que a laicidade é observada quando as minorias religiosas são respeitadas, podemos dizer que um ensino religioso que invariavelmente privilegia somente os católicos e os evangélicos, religiosos que possuem grande visibilidade na sociedade brasileira, dificilmente contribuirá no sentido de combater a intolerância religiosa e promover o respeito às minorias religiosas (principalmente os candomblecistas e os umbandistas, entre outros grupos).
No Brasil a intolerância religiosa está diretamente ligada ao racismo. Não tenho a intenção de discorrer sobre isso aqui, mas muitos negros ainda sofrem com o estigma e acabam negando sua identidade étnico-racial. Isso vem sendo denunciado e combatido, o que tem levado ao desenvolvimento de uma cultura negra e à afirmação dessa identidade por parte de muitos jovens. A escola tem esse papel de garantir que muitos jovens não acabem negando suas identidades religiosas por conta de estigmas e preconceitos, inclusive de cunho racista.
Aqui em São Paulo, o Coletivo por uma Espiritualidade Libertária, iniciou o projeto de extensão “Diversidade religiosa em sala de aula”. Você, professor ou profissional da educação, venha dialogar conosco. Precisamos nos comprometer com a valorização da diversidade e o combate à intolerância religiosa.
* * * *
Silas Fiorotti é cientista social, doutorando em Antropologia Social, e coordenador do projeto Diversidade Religiosa em Sala de Aula do Coletivo por uma Espiritualidade Libertária. E-mail: <silas.fiorotti@gmail.com>.